quarta-feira, 19 de outubro de 2011

É só a ponta do iceberg


Sempre me perguntei “Por que somente aquelas pessoas que fazem um carnaval para cada pum que soltam são as que são reconhecidas?” e muitas vezes elas nem fizeram o espetáculo, elas apenas armaram o circo...

Mas e se é assim que funciona e armar circo não é muito sua cara? Ninguém vai te reconhecer?

Nunca imaginei que fosse numa orientação de TCC que eu encontraria a resposta.

O fato é que as pessoas te avaliam apenas pela porcentagem visível do seu trabalho, te julgam com base na ponta do iceberg, embora, um olhar um pouquinho menos preguiçoso possa enxergar as coisas incríveis que há mais pra baixo.

Durante a vida nos é ensinado muitas coisas que só fazem sentido quando você vivencia, justamente por causa dessa tendência de enxergar o superficial ou de se contentar com explicações genéricas, rasas, ou até mesmo, vazias.

Nas questões profissionais apresentam muito disso, uma delas é, por exemplo, “O segredo do sucesso está em fazer aquilo que realmente gosta”, ok, mas eu me pergunto “E??? Quê mais???”. Só que é mais que isso.

A gente aprende desde pequeno que sucesso está intrinsecamente relacionado ao reconhecimento, mas hoje, tenho pra mim, que o sucesso está bem mais para auto-realização do que para o reconhecimento alheio. Pois, se o que enxergam é só a ponta do iceberg, ou o circo que você arma, e não todo o esforço empreendido e nem todo o conhecimento apreendido e também gerado, se o que você entende por sucesso é tão pequeno quanto o receber o reconhecimento alheio, lamento informar... as premissas indicam que você será um eterno fracassado!

Pra mim, o grande segredo do sucesso está mais para... “Divirta-se pelo caminho!”. Faça para um bem maior, faça o que te faz feliz, oque te motiva, o que te brilha os olhos, faça por você! Porque no fim o único reconhecimento que realmente importa é o seu, e não serão tapinhas nas costas que vão te levar para frente, ou melhor, para cima.

Então, não importa o quanto eu me sinta perdida hoje, se para ter esse sucesso, com toda a definição que dei para ele, eu tiver que testar várias opções, que seja! Não importa se para alguns isso pareça instabilidade ou coisa assim, porque não existirão escolhas erradas, haverá apenas aprendizado e muita diversão pelo caminho, por que outra coisa que também aprendi foi que todas as respostas que eu já procurei até hoje, só encontrei quando não estava exatamente... procurando.

@rosannats

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Odisseia Hospitalar



Ir ao hospital é sempre uma tarefa meio árdua que a gente costuma postergar ao máximo, certo? Sim. Hoje não importa muito se você vai passar pelo seu plano de saúde ou particular, a coisa é sempre igual: senhas, espera, triagem, espera, exames, espera, medicação e mais espera... A menos que você tenha super-mega-blaster-advanced plano de saúde e disponha de certa de R$1000 por mês para gastar com ele, porque disso eu entendo.

Fiquei muito mal esses dias e fui adiando até que uma dor insuportável na cabeça me despertou às cinco da manhã e não me deixou mais pregar os olhos... já que dormir não era uma opção, me rendi e fui... e aí começou a Odisseia.

Fui ao primeiro hospital até que estava vazio, me chamaram rápido, tudo ótimo e bom demais pra ser verdade, o médico era maluco!! Não fez exame nenhum e me receitou, não confiei no atendimento dele mas passei na farmácia e vi que seria loucura comprar o remédio que o cara passou: fortíssimo e caríssimo!! Se ele tivesse feito algum exame até ok, mas não... saí da mesma maneira que cheguei.

Então fui ao segundo hospital, lotado, a bateria do meu celular acabando e eu sozinha, fazer amizade em hospital não rola, o povo só tem um assunto: “O quanto estou morrendo mais do que você”. Aff, então essa não era uma opção.

Eu já disse o quanto a gente espera num hospital né? Estava eu ali, sem bateria, sozinha e com a mente ociosa... Escolhi não ficar mal humorada e comecei a observar o povo lá e a dar risada sozinha com as ceninhas alheias.

Meu!! Já percebeu como as pessoas fazem cena num Pronto Socorro? Primeiro que todo mundo faz cara de que está morrendo, anda se arrastando, meio em câmera lenta e tal, mas tem uns tipos específicos de paciente e acompanhantes, seguem os mais recorrentes:

Tipo #1 – Acompanhante barraqueiro: é assim o paciente faz cara de dó, de dor, de dengo, de tudo, geme um pouquinho de vez em quando, aí quando faz uns 10 minutos que estão ali esperando e nenhuma senha é chamada, eis que se levanta a fera – uma mãe enlouquecida – arma um barraco básico e quer falar com o gerente (nem sabia que hospital tinha gerente, mas vá lá, achei que seria tipo “médico-chefe”, alguém me fala depois), só olhei e senti vergonha alheia.

Tipo #2 – Paciente que dó, que dó: esse tipo geralmente está desacompanhado,  se arrasta e choraminga pelos cantos, olhos marejados, sabe? Eu acho que eles pensam que se despertar a compaixão dos atendentes e médicos vão ser atendidos mais rápido ou vão ganhar mais dias de atestado.

Tipo #3 – Paciente rabugento: esses irritam bastante, reclamam de tudo, e aí de você se não concordar com eles! Não seja louca, não faça isso, tá? Finge que concorda e sai de perto, mau-humor é contagioso e um dos sintomas terríveis é fazer o tempo passar bem devagar.

Tipo #4 – Estrelinhas: isto resume: “Paciente: – Está levando quando tempo até o atendimento?”, “Atendente: – de 1 hora e ½ a 2 horas”, “Paciente: – Mesmo eu pagando particular???”, “Atendente: – Sim”, “Paciente: – Nossa que absurdo! Não tem um atendimento especial?”

Eu parei de observar um pouco quando a enfermeira enfiou a agulha enorme no meu braço e ficou cavucando e procurando minha veia com a agulhona lá dentro, mantive a calma e falei: “tá difícil de achar minha veia né?”, na verdade eu tava dizendo: “caramba, pega logo uma agulha de criança e acerta de primeira, por favor!”.

Lamentei não estar com uma caneta e um papel na hora, porque no calor da emoção esse texto teria ficado muito mais legal... tinha de tudo lá.

No fim das contas o médico do segundo hospital não era tão mais atencioso que o outro, uma vez eu li que com o tempo os médicos que atendem uma grande quantidade de pessoas por dia, começam desumanizar a coisa, e age como outro profissional qualquer, como alguém que bate carimbo, por exemplo. Mas pelo menos confiei mais nele, tomei alguns remédios na veia, uma injeção e outros pra tomar em casa.

Ahh... você não acha super constrangedor tomar injeção intramuscular? Nunca é uma enfermeirA, é sempre um enfermeirO e você nunca sabe se abaixa um pouquinho mais ou um pouquinho menos sua calça... tanto músculo no corpo, porque tem que ser justo nesse a injeção? Me conta? E o cara ainda te olha e fala “relaxa”.

Gastei o dia todo nessas de vai e volta, toma isso, toma aquilo... pelo menos saí de lá um pouco melhor, sem saber com certeza o que eu tive, mas melhor!

@rosannats