domingo, 25 de setembro de 2011

Chega de hipocrisia

O discurso dele: “Estamos perto do apocalipse! Ela se jogou pra cima de mim, demonstrando que só queria sexo mesmo, então, respeito zero a ela! Mas sabe, é melhor eu sumir porque é capaz dessa doida ficar no meu pé...”

O discurso dela: “Eu ainda acredito no amor. Enquanto não encontro a pessoa certa, que realmente esteja disposta a compartilhar comigo uma vida a dois, madura, é claro que me divirto por aí. Qual é o problema?”

Eles se conheceram em uma festa. Ela ficou encantada com a inteligência, com o bom humor e com as gentilezas dele. Eles saíram algumas vezes depois do primeiro encontro. É óbvio que ele, experiente, cumpriu todos os “protocolos”: levou-a a excelentes restaurantes conduzidos pelos mais renomados Chefs de São Paulo, ao cinema, a shows, teatros...além disso, não passava um dia sequer sem telefonar.

Ela, precavida, depois de já ter vivenciado tantos relacionamentos, não se impressionou com nada. Afinal de contas, todos esses programas ela está cansada de repetir com os inúmeros “pretendentes” que já passaram pelas mais de três décadas de sua vida. Além disso, ela é independente o suficiente para fazer qualquer programa sozinha ou com amigos. (Abro parênteses aqui para um comentário pessoal....meus queridos amigos homens, quando vocês vão realizar que não precisamos mendigar um jantar em restaurante caro? Se estamos a fim, vamos até lá e pagamos a conta! Concentrem nisso de uma vez por todas!)

Mas ok, ela também não queria cortar o clima... Se ele fazia tanta questão de cumprir todos os “protocolos”, ela só o observava....mal sabia ele que ela só estava esperando a reação dele após algumas noites de sexo...

Mais uma vez ela estava certa...Depois de algumas noites, ele desapareceu!

Por ironia do destino, ela o encontrou por acaso na noite de São Paulo meses depois. Ela se aproximou dele e disse que estava hospedada em um quarto de hotel. Deixou um bilhete no bolso da calça dele, com o número do quarto e disse que o esperava mais tarde.

Por óbvio, ele apareceu naquela noite para curtir mais uma noite com ela. E daí surgiu o discurso do apocalipse...

Ele realmente acredita que ela está envolvida com ele e somente o convidou para uma “noitada” para ver se conseguia reestabelecer o “contato” com ele.

Ela, por outro lado, tem certeza que ele não é o homem da sua vida. Ela sabe que eles não estão na mesma sintonia com relação à vida afetiva. Por outro lado, ela não vê problemas em se divertir.

Quem tem razão?

Difícil falar porque cada um tem a sua “verdade”, mas é fato que a falta de comunicação atrapalha qualquer tipo de relação.

Ao invés dos homens continuarem acreditando que em todas as relações, seja lá qual rótulo possuir (=peguetes, ficantes, amizades coloridas, etc), a mulher sempre se envolve primeiro do que eles e, portanto, o melhor a fazer é sumir, eles poderiam ser um pouco mais realistas e analisarem se realmente não valeria a pena uma conversa franca.

É bem mais simples dizer “Podemos nos dar bem saindo, nos divertindo e ponto final” do que ficarem fingindo uma situação para conseguirem algumas noites de sexo. Parece que só eles ainda não perceberam que as mulheres não são tão ingênuas assim.

Em resumo: o que está combinado não sai caro para ninguém e não fere o sentimento de ninguém. Se as duas pessoas estiverem de acordo em curtir alguns momentos juntos, que mal há nisso?

Certamente se ele tivesse disposto a ter essa conversa com ela, ela seria mulher o suficiente para deixar claro que dele, ela somente queria algumas noites de diversão e nada mais.

A.D.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Baladas com Amigos Gays


Sou mulher, heterossexual e tenho amigos gays! Adoro!


Em uma das milhares de conversas que tenho com eles, um dia qualquer, um vira e fala:


- Vamos pra balada...


E eu respondo:


- Uhuuuu, vamoooos já to na vibe!!! Tutz, tutz, tutz!


Ele solta:


- Gay?


Ai eu: - OI?


- Vamos, vai ser legal, você vai adorar!!!! A música é boa, a iluminação é sensacional e as pessoas são super divertidas!


- Vou? Não vou? Vooou? Não voooou? Ah tá bom vai, não tô fazendo nada mesmo! Eu vou!


- Uhu! Só não se esquece de dar um tapa nessa peruca que tá rebelde e turbina essa dieta pra arrasar na pista! [sinceridade extrema do amigo rs]


Realmente, as pessoas são mega animadas, o som é o melhor e a iluminação fora de série!


Mas queridas, já aviso! Pra você que nunca foi, esteja preparada para cenas de pegação! Eu não tenho preconceito, mas da primeira vez fiquei chocada! O meu susto não foi ver pegação alheia, foi pegação de conhecido! Rs.


Estava eu entre uma jogada de cabelo e outra, quando de repente olho para o lado e: TIREEEEEEEEEEEEM AS CRIANÇAS DA SALA!!! APARTA, APARTA QUE É BRIGA!!!!! SOLTA ELE, SOLTA! OPS... NÃO É BRIGA =X


Ufa, passou! Isso foi só em um primeiro instante, depois passa!


Aí tem gente que pergunta assim: Ai você não tem medo que uma menina pense que você é gay e te agarre?


- Não!


Primeiro que na maioria das vezes eles sabem quem é o quê... E mesmo que não saibam vão chegar pra conversar e você solta um: - Sou hetero amiga... E pronto!


Alguém só vai te agarrar caso você esteja fazendo a dança do acasalamento que nem uma louca varrida em volta da pessoa! Fora isso, relaxa meu bem!


E prepare-se para ver MUITOS CARAS GATOS que jogam no mesmo time que você, rola uma depressão momentânea porque você vai achar um desperdício, mas a gente supera!


Fui e voltei!


Sabe quando você quer dançar como se ninguém estivesse olhando? Lá é o lugar!


Marcella

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O limite da tolerância



Sempre tive por princípio que as adversidades da vida deveriam ser solucionadas de forma pacífica, sempre preservando os envolvidos de qualquer constrangimento. Sempre penso: “deixa pra lá, essa pessoa não sabe o que está fazendo...a vida vai tratar de ensiná-la...”

Agi assim por muito tempo em todos os setores da minha vida: pessoal/afetivo, familiar e profissional.

Acontece que esse meu comportamento acabava causando nas pessoas um certo “conforto”, do tipo “posso fazer qualquer coisa contra ela, que ela jamais reagirá”.

As pessoas realmente se sentiam (e algumas ainda se sentem) confortáveis em tudo: falam o que querem, agem como querem, independentemente das consequências.

E o pior de todo: percebi que eu sofro com isso. Claro que depois de muito “stress” e cansaço inexplicáveis acumulados....

Portanto, resolvi mudar. Cheguei no meu limite de “tolerância” e não vou mais permitir que ninguém, absolutamente ninguém, me perturbe sem assumir as devidas consequências. E isso está ficando evidente em tudo. Não que eu tenha me tornado uma pessoa vingativa, mas estou tratando de mostrar para as pessoas que elas DEVEM ser responsáveis por suas atitudes.

E o mais importante, acho que o mais difícil pra mim nesse processo todo... quando alguém me ofende, estou aprendendo a dizer “Você me ofendeu e eu não vou permitir isso”.

Política e diplomacia são a partir de agora utilizadas por mim de um modo diferente. Assumi esse compromisso comigo, independentemente da posição política, social ou econômica de quem me perturbar. Acredite nisso!

E como diz minha amiga, se você duvidar, ME TESTA!

A.D.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

INCONVENIENTE



Ao longo da vida acho que todos nos deparamos com seres inconvenientes, não é mesmo?

Pessoas que, por algum motivo, têm certas atitudes que não dá para entender e que irritam MUITO.

Sabe quando você está em uma conversa particular e você quase precisa abrir um guarda-chuva porque chove ganso? Ou então porque o quilo do pescoço entrou em oferta?

Existem pessoas que não sabem qual é a sua posição dentro do ambiente em que se encontram e acho que para tentar não se sentir de fora do contexto, acabam se intrometendo na conversa alheia... Sem serem chamados e com comentários mais que DESNECESSÁRIOS.

Ou então quando o ser não tem o que falar e fala besteira ao invés de ficar quieto. Parece que não sabe que às vezes é melhor se calar e deixar as pessoas pensarem que você é tolo do que abrir a boca e não deixar dúvida alguma.



 

 

 

 

 

Porém, acho que o que mais irrita é aquela pessoa que acha que é melhor que todo mundo, pensa que é dona da verdade e ainda por cima, não sei por que motivo acredita que todas as pessoas ao seu redor a admiram, quando na verdade ninguém a suporta.

Às vezes eu acho que é ingenuidade...

Às vezes eu acho que é falta de semancol...

Às vezes eu acho que a pessoa sente prazer em ser desagradável...

E às vezes eu acho que a pessoa adora tentar ser o centro das atenções...

Em alguns casos acredito que seja um mix de todas essas coisas...

E o que fazer quando nos deparamos com esse tipo de gente?

- Bater boca loucamente até alguém desistir da discussão e sair um “vencedor”?

- Tentar explicar para a pessoa de um jeito sutil e amigável que o comportamento dela não está legal e que ela deveria reavaliar sua postura?

- Fazer um torniquete no pescoço do ser em um momento em que a nossa irritação chegar ao limite?

- Ignorar?

Acho que se a pessoa é minha amiga eu tento sentar para conversar e falo o que eu penso... Caso contrário... Apesar da vontade de fazer um torniquete se tornar uma constante... Eu opto por ignorar, pois não vale a pena nos desgastarmos com certas coisas ou pessoas...

Muitas vezes os prejudicados somos nós mesmos que só aumentamos nosso nível de stress...

Às vezes simplesmente não vale à pena o desgaste...

A única coisa que eu tenho certeza é que a vida ensina lições para nós e que enquanto não aprendermos e enxergarmos o que temos que mudar, continuaremos “apanhando” até aprender.

De gente inconveniente eu quero distância, mas se não for possível eu prefiro ignorar.

Marcella

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

SOB PRESSÃO



1- “VOCÊ ainda não resolveu o problema do Cliente? Se não resolver, vamos perdê-lo. E olha que ele representa muito para o faturamento da nossa área...Eu sei, eu sei que a dívida é antiga e que não temos documentos que comprovem que o Cliente tem razão, mas se vira! Estamos sendo pressionados!”

2- “VOCÊ precisa ir até o Tribunal e falar com quem for preciso para conseguir a certidão. Se não conseguir, não vamos fechar a operação. E mais uma vez, perderemos o Cliente. Dois dias pra resolver o assunto? Ainda bem que deu tempo, obrigado.”

3 – “Alô, onde VOCÊ está? Ah, nada urgente. Quando VOCÊ chegar a gente conversa....é que todos os estagiários da área resolveram pedir demissão. Hoje. É porque eles entendem que estão trabalhando demais.”

4- “Que bom, que surpresa agradável! Resolvi sair durante a semana para espairecer e encontrei VOCÊ! Tão linda! Adorei...a noite com VOCÊ foi especial! Como eu faço pra TE ver de novo? Ok, anotei seu telefone!”

5- “Alô, DRA.? Bloquearam as contas correntes da nossa empresa. Como vamos pagar a folha de salários? Por favor, resolva o quanto antes!”

6- “Bom dia! Quem vai resolver o problema daquela multinacional? Vamos resolver sim, assim que ELA for para Brasília e falar com o Presidente do Tribunal e com o Conselheiro que não quer atendê-LA por telefone...mas olha, certeza que ELA conseguirá. Nem que pra isso fique lá o tempo que for necessário. Está em boas mãos!”

7- “Na quarta-feira tem o julgamento daquele caso importante no Tribunal em São Paulo. ELA está preparada, conhece o caso. É só vestir a beca e fazer a sustentação oral. Mas antes, claro, ELA precisa conversar com todos os julgadores em seus gabinetes.”

8- “Na quinta-feira tem o julgamento daquele caso trabalhista em Campinas. ELA não é especialista, mas trabalhou no caso e já conseguiu a liminar. É só vestir a beca e mandar a ver!”

9- “DRA. o Cliente está na sala de reunião e quer dar um palavrinha com a SENHORA. Oi, tudo bem? Eu só estarei bem se a DRA. me der boas notícias...queria te perguntar se VOCÊ já cuidou daquele caso eu te entreguei na semana passada. Sabe como é...é um caso do meu amigo pessoal, ele está aflito e não dormirá enquanto VOCÊ não resolver.”

10- “DRA., posso marcar as entrevistas para que horas?”

11- “Alô, tudo bem? Olha, acabou o amaciante, a cândida e o lustra móveis. Para quinta-feira eu não tenho produto pra fazer a limpeza. VOCÊ pode comprar tudo até amanhã? Aproveita e compra uma tábua de passar nova porque a que está aqui não presta mais!”

12- “Prezada DRA., a diretoria da nossa empresa decidiu que prefere que os profissionais de São Paulo (da sua equipe) resolvam o nosso problema no Ceará. A DRA. poderia

confirmar o recebimento do email, bem como a data da viagem? Estamos com urgência. Atenciosamente.”

13- “Oi AMIGA! E aí, ele TE ligou? Não? Ah, tenho certeza que ele vai ligar. ‘Calm down’! Beijo!”

14- “VOCÊ tem um minutinho? Ai, a sua mãe me disse que se eu tivesse algum problema eu poderia TE ligar...olha, a minha filha foi demitida e a empresa quer que ela cumpra o aviso prévio trabalhando. É certo isso?”

15- “Estou saindo de férias e vou deixar uma procuração com VOCÊ pra resolver umas questões pessoais na minha ausência.”

16- “FILHA, tudo bem? Estou sentindo sua voz triste...faz dez dias que VOCÊ não liga pra sua mãe...está tudo bem? Eu e seu pai estamos indo pra São Paulo. Precisamos ficar mais perto pra saber se realmente está tudo bem...VOCÊ diz sempre que sim, mas eu não sei, eu sinto que não...”

17- “Oi mãe, vi seu recado. Fique tranquila, está tudo bem COMIGO. Os últimos dias foram um pouco movimentados. Mas, acredite, está tudo bem. Sempre está...ou melhor, tem que estar.”

A.D.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Insectofobia



 

Insectofobia = aversão e medo mórbido irracional, desproporcional persistente e repugnante dos insetos

Com essa definição em mente... Hoje é dia de desabafo...

Quem não me conhece nem desconfia que por trás desse 1,75cm de altura esconde-se um ser que tem PAVOR de insetos...

Não, eu não sei explicar por quê!

Sim, eu sei que os insetos que tem medo de mim e que eles não vão fazer nada demais...

Mas sei lá! É incontrolável, não tem como explicar!

O máximo que eu enfrento é uma mosca, um pernilongo e formigas... E olhe lá hein... Porque se for uma daquelas formigas gigantes que se pá carrega um sabugo de milho nas costas... Eu corro!!!

Eu sei que é ridículo, mas fazer o quê! Tenho medinho!

E é aquela coisa, parece que os insetos sabem que eu tenho medo, porque eles me perseguem... SÉRIO! Tenho fatos que comprovam...

Por exemplo, quando eu era pequena, de idade né, porque pequena mesmo nunca fui... DUAS VEZES, NÃO UMA... DUAS VEZES entrou uma MOSCA DENTRO DO MEU NARIZ!!! Como assim... Acho que por isso sou traumatizada! Sem saber o que fazer, rola um trimilique incontrolável e eu me estapeava na cara para me salvar! Sobrevivi! Ufa!

Fora uma vez que eu estava no elevador do prédio com um senhor japinha super quieto e simpático... E escuto um Bzzzzzz... O som vinha de cima da MINHA CABEÇA!! Como quem não quer nada, dei um leve tapa na minha própria cabeça discretamente! O japa já me lançou aquele olhar de canto! Não foi suficiente! A mosca não foi embora! Dei mais uns três leves tapas – ok não foram leves – na minha própria cabeça tentando não esboçar desespero na frente do coitado... Em vão! Eis que graças a Deus o elevador para no andar dele! Dei um tchau sem graça e ele me olhando e provavelmente pensando: - Que estranha! Assim que ele saiu do elevador dei uma de loka do bairro me estapeei mais umas vezes, só que dessa vez gritando! Bem normal! Ufa! Chegou meu andar, sobrevivi novamente.

É aquela coisa, quando estou perto de estranhos eu até tento me controlar para não passar muita vergonha, mas é complicado.

Em outra ocasião, estava eu, andando em direção a lotação para voltar pra casa, eis que aparece uma BORBOLETA no meu caminho! Não, não acho bonitinha! Sim, eu fujo! Ela vinha na minha direção e não ia desviar! Era pessoal, certeza! Quando chegou perto, eu desvio dela como na cena do filme Matriz que o Neo desviou em câmera lenta das balas, bem de boa, ninguém me achou anormal não, relaxa!

Outro dia estava vendo filme sentada no computador, com uma fresta da janela aberta! Do nada escuto um POF! Um grilo do tamanho de uma pomba – ok era menor –  parou na minha janela, em dois segundo eu já tinha pulado da cadeira e tava no corredor gritando: - PAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAI!

Outro dia, estava dentro do ônibus, quando percebo que um daqueles bixos cascudássos pousou na MINHA BOLSA! Tanta gente no busão e ele vem ME PERSEGUIR? Para, né! No desespero a única coisa que tinha na minha mão era o santo bilhete único, não deu outra, no impulso dei uma raquetada no cascudão e ele saiu rebatendo pelo ônibus e todo mundo olhando pra saber o que era e eu pra disfarçar também procurei como se não soubesse o que tinha ocorrido!!

Fora na garagem do prédio que eu costumo brincar de quadrilha de festa junina na parte do: - OLHA A COBRA! Sempre que avisto uma barata!!

E tenho outras histórias, mas acho que já deu pra entender!

Insetos me perseguem!

Sim, eu tenho medo!

Não, não sou normal!

Marcella

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

A Banana pretende comer o Macaco...

Pertenço a uma geração que foi educada a dizer “muito obrigada”, “por favor”, “com licença”, além de respeitar as pessoas, independentemente de classe social, cor, raça, credo, mas, principalmente, os mais velhos, professores, e aqueles superiores a mim no meu ambiente profissional.

Ultimamente o que venho observando é que alguns valores estão mudando. Por óbvio que ainda há exceções, graças a Deus, mas as pessoas não estão preocupadas em assumir suas responsabilidades. Além disso, o egoísmo se mostra como a nota fundamental das atitudes no convívio social.

O trânsito de São Paulo é um excelente laboratório para observar o que estou querendo dizer...as pessoas estão tentando fazer “justiça” (=aquela que lhes convém) com as próprias mãos!!!

Ontem mesmo uma amiga comentou comigo que ela cometeu um deslize no trânsito, pois precisava entrar em uma rua à esquerda e estava com o carro posicionado na faixa da direita. Ela ligou a seta, fez sinal para o carro que trafegava atrás dela, já se desculpando com um aceno, mas indicando que precisaria virar à esquerda. A mulher que dirigia o carro atrás do dela, simplesmente ficou furiosa, seguiu-a até quase o seu destino final. Quando ela me contou essa história, fiquei horrorizada...quem dirige sabe que as vezes erramos o caminho e que pedimos desculpas, enfim, coisas normais...Mas será que aquela mulher que a seguiu estava somente furiosa por conta do equívoco cometido pela minha amiga? Será que a atitude dela não foi, no mínimo, desproporcional ao suposto desconforto que a minha amiga causou a ela no trânsito?

Pois é, mas parece que as pessoas não estão querendo fazer o esforço de compreender as razões do outro...infelizmente...

Outro excelente laboratório é o ambiente de trabalho. Hoje em dia a maioria dos profissionais, principalmente os que estão no início da carreira, não está preocupada com a boa educação, com a dedicação e a responsabilidade que a vida profissional exige. Não é difícil verificar, por exemplo, a utilização do email e do programa de mensagens instantâneas corporativos para finalidades outras que não o trabalho.

Além disso, as constantes interrupções durante o horário de trabalho, sem solicitar a devida licença...os famosos, “com licença, posso te interromper um minuto?” ou ainda...”você está ocupada, posso te interromper?”...são atitudes educadas e cabem sempre, em qualquer circunstância profissional, independentemente da sua posição...

Outra atitude bastante comum é a do profissional que só reclama do excesso de trabalho, que diz que não tem tempo para estudar por culpa da empresa ou do “chefe”, que necessita trabalhar menos e ganhar mais, pois não está sendo “valorizado” ou “reconhecido”. Ou seja: o mundo conspira contra ele.

É claro que cada caso é um caso, mas é muito fácil transferir para o outro a responsabilidade que lhe pertence. Ao ingressar em um curso ou em uma universidade não é novidade para ninguém que o estudo irá demandar dedicação. Agora, o que acontece na maioria das vezes é que o estudante deixa para estudar as matérias na véspera da prova. Aí, não há milagre! É óbvio que a pessoa estará sobrecarregada...

Fato é que sem o esforço pessoal, via de regra, não há como ser bem sucedido profissionalmente. Aquele que apenas se lamenta e não se esforça para fazer a diferença no ambiente de trabalho, certamente não terá chances de crescimento. Eu sempre digo que devemos nos esforçar para benefício próprio. Além de aprendermos mais, há chances de sermos promovidos com maior facilidade. Ou ainda, há chances que outro profissional nos observe e nos convide para trabalhar em outro lugar. Por que não? Costumo dizer que tem sempre alguém “dobrando a esquina” e quando menos esperamos, somos compensados pelas boas atitudes de boa educação, dedicação, comprometimento e responsabilidade.

Não quero generalizar as situações, dizer que estou certa ou errada, e muito menos dizer que o segredo do sucesso residiria na constante resignação diante das adversidades da vida. Longe disso...apenas acredito que deve haver um mínimo de urbanidade no convívio social e que as pessoas devem ser responsáveis por suas atitudes.

Acredito que isso é maturidade: respeitar os outros e assumir as rédeas da sua vida. Assumir as consequências, boas ou ruins, das suas atitudes. é fato que não acertamos sempre, mas é o que podíamos fazer naquele momento. Agora, transferir a “culpa” dos nossos “desacertos” ou dos nossos desafios pessoais às outras pessoas é que faz com que a vida traga a sensação de que tudo está paralisado e que o mundo está “conspirando” contra.

A.D.