quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Sobre o medo


Sou uma pessoa medrosa. Não pensem vocês que eu tenho medo de morrer, medo de assaltante, essas coisas. Meus medos são peculiares. Eu, já beirando os 30, ainda tenho medo do escuro, morro de medo de assombração e – não riam – tenho um medo absurdo de sapos. Pode aparecer perto de mim com cobra, jacaré, aranha, o que for, mas uma perereca que seja já me paralisa. Tenho a impressão de que o bicho vai abrir a boca e me engolir em segundos. Isso é sério.

Não tenho medo de ser assaltada, mas acho que é porque de fato nunca fui. Certa vez, um engraçadinho veio me cantando na rua e eu mostrei o dedo. Quase que o moço leva meu dedo e minha dignidade embora, mas não consegui ter medo do moço de bicicleta que me disse palavras chulas e que poderia facilmente ser um estuprador.

Minha mãe diz “minha filha, você deve ter medo das pessoas vivas, não de pessoas mortas” mas, minha gente, quer coisa mais aterrorizante do que aquela Samara de O Chamado? Desconheço. A bendita povoa meus pesadelos de tempos em tempos. Parece coisa de criança, mas pra mim é pavoroso.

Tenho um leve medo de altura, medo de morrer de forma trágica (tipo a facadas, em incêndio), medo de coisas consideradas bobinhas como as que falei acima, mas penso assim: o medo é um dos sentimentos que nos move. Juntamente com o amor, o caráter e outros sentimentos e atitudes, é essa palavra de quatro letras que também nos constitui como humanos, apesar de tudo.

Um comentário:

  1. Nossa! encontrei outra pessoa q tbm tem medo de sapo..

    Que tenho horror...

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