terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Tempo, tempo, tempo...



Senta, levanta  do sofá, da cama,  vai ate a cozinha, abre a geladeira, volta pro quarto, vai pra sala, volta pro quarto, pega o Iphone, o Ipad, o notebook, o controle da TV, liga e desliga em 5 minutos, não consegue focar em nada.

Essa mania de gostar de fazer retrospectivas e analisar tudo na vida o tempo todo. Fazer o balanço do ano passado?  Muito tarde pra isso? Antes tarde do que nunca, não é mesmo? O tic tac que ela ouve la longe mostra: 03:42am.

O fato é, lá está ela, mais uma vez, pensando que poderia ter feito diferente...tudo diferente. Trabalho, família, relacionamentos. Que relacionamento? esboça um sorriso irônico de canto de boca.

Trabalho, trabalho, trabalho. Não quer pensar nisso agora, pelo menos por algumas horas, ate porque, o dia dela vai chegar, ela sabe disso. É uma questão de tempo, assim espera. Quem acredita sempre alcança, já dizia alguém em alguma música “impregnante”, brega e clichê.

Decidiu escrever. Quando tudo está transbordando, ela escreve, é uma saída, terapia, válvula de escape pra não enlouquecer, pra não piorar as coisas, pra não meter os pés pelas mãos mais uma vez. A tal ansiedade que não a deixa em paz, que a faz se arrepender de tanta coisa e que já estragou outras tantas.

Está cansada de algumas atitudes, de promessas não cumpridas e muito menos  requeridas, de paixões avassaladoras, do “eu te amo, passa o sal”, tudo meio banalizado, tudo meio sem pensar.

 Será que as pessoas estão ficando tão loucas e carentes que querem se apegar a alguém a qualquer custo?  Idealizam um outro que não existe, querem um outro irreal, utópico e não percebem que também não são perfeitas. O bom seria se as pessoas fossem menos orgulhosas, ela pensa. Talvez seja isso! O bom seria se as pessoas se respeitassem mais, isso faria tudo ser mais fácil....não faça com os outros o que não gostaria que fizessem com você, é isso! Quando as atitudes não fizerem muito sentido, quando as frases não se encaixarem, quando não lhe soarem bem, lembrar de ouvir a voz da intuição, ela costuma funcionar, ela se inquieta e vem o aperto no peito.

Da próxima vez vou com mais calma, pensa e o sorriso de canto de boca aumenta e fica mais irônico. Quantas vezes ela não repetiu isso pra si mesma? Quantas vezes ela não repetiu isso pro outro? Não conseguiu cumprir a promessa mais uma vez. Misto de raiva, indignação, tristeza, frustração. Mais uma vez o tempo, implacável, terá que se incumbir de levar embora essa mistura de sentimentos. Ainda bem que existe o tempo! Ela apaga a luz e tenta dormir. Amanhã será outro dia, cheio de novas possibilidades. O tic tac ao fundo a chama de volta a realidade. O relógio mostra: 04:43am. É, realmente amanhã será outro dia....ou não...

@analicebm

Um comentário:

  1. Adorei o texto, flui com a mesma rapidez que a mente com TDAH... no caso, a minha! rs

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