segunda-feira, 5 de setembro de 2011

A Banana pretende comer o Macaco...

Pertenço a uma geração que foi educada a dizer “muito obrigada”, “por favor”, “com licença”, além de respeitar as pessoas, independentemente de classe social, cor, raça, credo, mas, principalmente, os mais velhos, professores, e aqueles superiores a mim no meu ambiente profissional.

Ultimamente o que venho observando é que alguns valores estão mudando. Por óbvio que ainda há exceções, graças a Deus, mas as pessoas não estão preocupadas em assumir suas responsabilidades. Além disso, o egoísmo se mostra como a nota fundamental das atitudes no convívio social.

O trânsito de São Paulo é um excelente laboratório para observar o que estou querendo dizer...as pessoas estão tentando fazer “justiça” (=aquela que lhes convém) com as próprias mãos!!!

Ontem mesmo uma amiga comentou comigo que ela cometeu um deslize no trânsito, pois precisava entrar em uma rua à esquerda e estava com o carro posicionado na faixa da direita. Ela ligou a seta, fez sinal para o carro que trafegava atrás dela, já se desculpando com um aceno, mas indicando que precisaria virar à esquerda. A mulher que dirigia o carro atrás do dela, simplesmente ficou furiosa, seguiu-a até quase o seu destino final. Quando ela me contou essa história, fiquei horrorizada...quem dirige sabe que as vezes erramos o caminho e que pedimos desculpas, enfim, coisas normais...Mas será que aquela mulher que a seguiu estava somente furiosa por conta do equívoco cometido pela minha amiga? Será que a atitude dela não foi, no mínimo, desproporcional ao suposto desconforto que a minha amiga causou a ela no trânsito?

Pois é, mas parece que as pessoas não estão querendo fazer o esforço de compreender as razões do outro...infelizmente...

Outro excelente laboratório é o ambiente de trabalho. Hoje em dia a maioria dos profissionais, principalmente os que estão no início da carreira, não está preocupada com a boa educação, com a dedicação e a responsabilidade que a vida profissional exige. Não é difícil verificar, por exemplo, a utilização do email e do programa de mensagens instantâneas corporativos para finalidades outras que não o trabalho.

Além disso, as constantes interrupções durante o horário de trabalho, sem solicitar a devida licença...os famosos, “com licença, posso te interromper um minuto?” ou ainda...”você está ocupada, posso te interromper?”...são atitudes educadas e cabem sempre, em qualquer circunstância profissional, independentemente da sua posição...

Outra atitude bastante comum é a do profissional que só reclama do excesso de trabalho, que diz que não tem tempo para estudar por culpa da empresa ou do “chefe”, que necessita trabalhar menos e ganhar mais, pois não está sendo “valorizado” ou “reconhecido”. Ou seja: o mundo conspira contra ele.

É claro que cada caso é um caso, mas é muito fácil transferir para o outro a responsabilidade que lhe pertence. Ao ingressar em um curso ou em uma universidade não é novidade para ninguém que o estudo irá demandar dedicação. Agora, o que acontece na maioria das vezes é que o estudante deixa para estudar as matérias na véspera da prova. Aí, não há milagre! É óbvio que a pessoa estará sobrecarregada...

Fato é que sem o esforço pessoal, via de regra, não há como ser bem sucedido profissionalmente. Aquele que apenas se lamenta e não se esforça para fazer a diferença no ambiente de trabalho, certamente não terá chances de crescimento. Eu sempre digo que devemos nos esforçar para benefício próprio. Além de aprendermos mais, há chances de sermos promovidos com maior facilidade. Ou ainda, há chances que outro profissional nos observe e nos convide para trabalhar em outro lugar. Por que não? Costumo dizer que tem sempre alguém “dobrando a esquina” e quando menos esperamos, somos compensados pelas boas atitudes de boa educação, dedicação, comprometimento e responsabilidade.

Não quero generalizar as situações, dizer que estou certa ou errada, e muito menos dizer que o segredo do sucesso residiria na constante resignação diante das adversidades da vida. Longe disso...apenas acredito que deve haver um mínimo de urbanidade no convívio social e que as pessoas devem ser responsáveis por suas atitudes.

Acredito que isso é maturidade: respeitar os outros e assumir as rédeas da sua vida. Assumir as consequências, boas ou ruins, das suas atitudes. é fato que não acertamos sempre, mas é o que podíamos fazer naquele momento. Agora, transferir a “culpa” dos nossos “desacertos” ou dos nossos desafios pessoais às outras pessoas é que faz com que a vida traga a sensação de que tudo está paralisado e que o mundo está “conspirando” contra.

A.D.

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