domingo, 26 de junho de 2011

Particular (i)maturidade amorosa

Gente, escrevedora nova. Está ainda em testes, e vocês decidem se ela fica ou não. A julgar pelo texto, por mim, tá contratada sem passar por estágio!

VEM GENTE! Uma ótima semana! Miranda

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Muito prazer, meu nome é...não importa...tenho uma profissão e trabalho considerados “conservadores e de sucesso”, tenho mais de trinta anos e tenho uma “vida” que caminha na santa paz, como o planejado. Digo tenho porque esta não é a pessoa que sou. Esta é a pessoa que represento. E muito bem.

Pois é, a vida vai muito bem desde que eu consiga manter o controle das situações. Naquilo que depende somente do meu esforço eu aprendi, depois de algumas cabeçadas, a traçar metas, planejar ações e colocá-las em prática. O resultado de cada ação pode não ser exatamente aquilo que planejo, mas no final o saldo é sempre positivo.

Mas o tema aqui é para falar sobre como eu, supostamente “madura e resolvida”, lido com relacionamentos amorosos depois dos trinta anos...mais precisamente para analisar o motivo pelo qual a minha idade cronológica está avançando, rapidamente, de maneira inversamente proporcional às minhas relações amorosas. Minha terapeuta tenta me convencer que me tornei mais seletiva.

Então...então....sempre que eu começo a frase com “então” é porque perdi o controle da situação... Bom, então, com esse meu perfil “controlador”, “objetivo” e “prático” eu não preciso dizer que as coisas se tornam bem complicadas no campo amoroso.

Não adianta adotar a receita traçar-metas-planejar-ações-e-colocálas-em-prática para os relacionamentos amorosos. (In)felizmente.

Imaginem um “plano de negócios” para atrair um homem interessante, com uma receita perfeita (aquela possível de se comprar na prateleira de livros de auto-ajuda). Certamente, depois de colocá-lo em prática, um homem inteligente, bonito, cheiroso, bom papo, mais velho, mais alto, com uma posição social igual ou melhor do que a sua, poderá se tornar seu namorado. Vocês viverão um relacionamento maduro, com muito carinho, compreensão, e, principalmente, com muitas trocas. Aprendi isso na terapia e gostei: agora estou pregando que relacionamentos amorosos precisam de TROCAS: doar e receber.

Simples, não? Nem tanto...principalmente quando o homem interessante está bem pertinho de você, no seu ambiente “controlado”, ou em qualquer situação na qual, “socialmente” falando, um de vocês representa uma ameaça às mediocridades inventadas (= padrões ditos sociais).

Confesso: não consigo lidar com isso! Simples assim. É horrível admitir isso, mas realmente me incomodo com as tais mediocridades inventadas. É o meu lado racional/controlador/preconceituoso falando mais alto do que o emocional...não sei explicar: simplesmente travo.

Quem me conhece como eu SOU, sabe que sou INTENSA. Feliz, eu vazo de felicidade. Triste, eu vazo de tristeza. Apaixonada, vazo de alegria e paixão. Sinto uma queimação no estômago...na verdade, não é no estômago, é na boca do estômago. Uma quentura que sobe para a garganta e causa uma palpitação no coração.

Imediatamente após identificar essa “queimação” parece que fico cega, burra e boba. Típica leitora de revistas para adolescentes: comodevoagirdiantedessasituação? Ligoounãoligo? Vouparecerridículaseeumanifestarmeuinteresse? Cabeounãocabetomarainiciativa? Seráqueestouincomodando? Seráqueelemequermesmo?

Fico enfurecida com a minha opção pelo racional. Mas é assim que venho agindo...tudo bem que ODEIO perder o controle da situação. ODEIO me sentir impotente para resolver essas questões amorosas. E mais: ODEIO esperar para que as coisas se resolvam.

Por outro lado, ADORO estar apaixonada. ADORO me sentir mais bonita. ADORO a idéia mágica do encontro entre duas pessoas que possam se amar incondicionalmente. E, principalmente, AMO a idéia de poder construir minha família ao lado do homem que for resultado deste encontro.

Confuso? Acho que no fundo o que me falta é coragem. Coragem para assumir meus desejos e deixar de lado um pouco a racionalidade.

Muito prazer, sou assim: INTENSA, com a minha particular (i)maturidade amorosa.

A.D.

10 comentários:

  1. Muito bom!! Está mais do que na hora de assumir seus desejos... a vida passa rápido demais!
    Sucesso...

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  2. Ótimo texto!!! Me identifico com a confusão, só que ao contrário (confuso não? rs)
    Se esse tipo de coisa se ensinasse eu te falaria: "me ensina ser mais razão que eu te ensino ser mais emoção". Mas acho que não dá né? Então.. Coragem para nós duas!
    Aprovadíssima! Bem-vinda escrevedora!!

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  3. Controladoras ao extremo....porque a gente sempre cai do cavalo? Afinal, quando mais precisamos controlar, nos descontrolamos....ambiente conservador...fala-se baixo, comporta-se ao extremo....tentamos levar isso para o ambiente descontraído...onde muitas vezes temos que controlar e falar baixo também....e sabe o que acontece na hora??? nos atropelamos, falamos alto e mandamos tudo para aquele lugar (seguindo o alto nível do blog)...e são essas mesmo, intensas, controladoras, cheias de vida....sim, descontrolamos!!!

    Adorei o post...identifico entende!!!

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  4. Nem me fale...rápido mesmo! Obrigada! bjo, A.D.

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  5. Rosanna, obrigada! Pra mim, uma dose de emoção cairia muito bem!!! bjo, A.D.

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  6. É isso mesmo...mas não podemos desanimar! A vida é tão sábia que nos dá folhas em branco a todo instante para termos a oportunidade de reescrevermos a nossa história. Basta termos coragem para virar a página, fazendo nossa reforma íntima naquilo que é necessário. bjo, A.D.

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  7. Muito bom... Parabéns... Gostei muito dessa escrevedora!

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  8. Obrigada! Continue acompanhando o blog! bjo, A.D.

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