quinta-feira, 7 de julho de 2011

absurdos voluntarios


Na minha humilde opinião, dinâmica de grupo não é lá o melhor método para se medir o quanto o individuo está apto para entrar na tão-sonhada-empresa-dos-olhos-de-todos-os-seres-da- face-da-terra.

A pessoa está ali e vai te julgar (desculpe, não é analisar, é JULGAR mesmo) pelas próximas horas. Só que... e se você teve piriri na noite anterior? E se você chorou a noite toda porque seu cachorro morreu? E se você tinha um casamento da sua melhor amiga de infância, foi madrinha e se acabou na festa? Tudo isto influencia na sua cara (não importa se você tem ou não o patrocínio da MAC), mas não quem você é!

E você quer loucamente a vaga. E você faz o seu melhor. Só que a pessoa que vai te julgar pode te detestar porque ela namora o seu ex-ficante, por exemplo. Ela é profissional? Sim, mas não ficará imune ao imaginar você se atracando com o atual amor da vida dela... E provavelmente as suas chances serão reduzidas nesse exato momento....

Você chega em uma sala, com um bando de gente que nunca viu na vida e tem que fazer de tudo para que aquelas pessoas notem que você existe e encontrem algo no seu ser, que seja diferente de todos aqueles outros indivíduos que também estão lá , disputando o mesmo lugar ao sol.

Primeiro começa com um raio-x sobre a sua vida profissional e o pior PESSOAL; aí você tem que se expor na frente de todo mundo, enquanto é observado por um ou dois psicólogos que estão crentes que naquelas poucas horas de “circo” irão descobrir o novo Bill Gates – nessa parte sempre aparece o famoso engraçadinho, querendo aparecer ou melhor, se “sobressair” perante os demais. A pessoa nunca viu o psicólogo na vida e já se sente super “brother”, começa a contar detalhes sobre o cachorro, periquito, papagaio, não deixa ninguém falar, interrompe os outros, enfim o cara é um MALA que, na maioria das vezes, por mais bizarro que possa parecer, SEMPRE PASSA PARA A PROXIMA FASE! Genial!

Depois começa a fase da “interação”, para ver como você se porta socialmente. E esta verificação se dá dos modos mais estranhos: muitas vezes você tem que imitar bicho, desenhar casinha, colocar o rabo no burro, fazer trenzinho, dança da cadeira, imitar vozes, incorporar personalidades, fazer mímicas (eles adoram uma mímica) – como se no dia a dia de trabalho alguém fizesse alguma dessas coisas citadas anteriormente, PS- retiro tudo o que disse caso a vaga seja para trabalhar em algum circo ou algo do gênero.

Por fim, depois de ter se exposto o dia todo, estar cansado, com câimbra, dor na batata da perna, no fio do cabelo, vergonha de si mesmo, vergonha alheia e todas as demais vergonhas que possam existir nesse mundo, você pensa que acabou? Não meu amigo, ainda têm mais umas 50 fases pela frente... o que posso te dizer? BOA SORTE! WELCOME TO THE REAL WORLD!

 

 

3 comentários:

  1. Sensacional!
    É exatamente isso que acontece!!

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  2. Dinâmica de grupo é pra ver quem fica menos envergonhado fazendo essas micagens, certeza!

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  3. As empresas realmente deveriam pensar melhor sobre o assunto...é constrangedor.

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